terça-feira, 16 de março de 2010

Muda de Ares

Foi num dia assim que acordei,
E pensei que os pensamentos são boas brisas
brisas que avoam em leve firmamento.
E sendo em leves brisas a minha vida,
como a árvore balançada no vento
de lá-pra-cá,
Resolvi mudar

Foi num dia assim assado
que pensei que era preciso sempre
mudar, porque mudar é preciso,
e de que era preciso então navegar,
porque nada disso é estático...

Nasceu então uma muda de ares.
Um exercício do presente,
feito com as mãos, deixada dos rabiscos
ganhada de forma,
lembrada, alvíçaras,
eternizada.
ganhada vida

Mas em sua própria função metalinguística,
seu Meta nome, imperou-se e em si.
Nada mais justo que ser de fato sua própria mudança.
De vida feita em morte.

Como nunca achei que seria possível
a pequena muda,
aérea, desnuda,
sentimentalmente forte
ganha uma caixa.
Tudo existe, mas agora de outra forma.
Fechada num espaço, lacrada em mil papéis
onde antes escrevi mil sentimentos...
mil histórias...

Fechou-se, porque agora fez-se em vida .
receba então outra rima,
que vivam em outros mares
pois, sua função era essa mesma:
Viva agora um Muda de ares.


Ilustração: Felipe Watanabe

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