domingo, 7 de março de 2010

Dia Internacional da mulher

Diversas vezes estive em discussões sobre quotas para negros em faculdade. O assunto está só começando é já dá muito o que falar.

Há os que defendem que a quota deve ser social, outros dizem que a melhor forma de inclusão é a da liberalidade e, finalmente, há os que defendem as quotas raciais. Como tudo no Brasil, a contradição é que dá o tom pra essa conversa.

A dificuldade nas discussão é antiga. Há um pouco mais de cem anos, o que é nada para a história, os negros não tinham "alma". Ao se referir aos africanos traficados ao Brasil de maneira mais "humana", o máximo que se dizia era: "Temos que respeitar esse seres de carga", da mesma forma como fazemos com os animais. Veio a abolição na lei, mas psicologicamente as coisas se mantiveram perenes.

De minha parte, acredito nas quotas. Acredito, porque vejo nela uma forma de perdão aos povos que, forçadamente, vieram para o Brasil. É inegável que a constituição de 88 tornou os brasileiros iguais, sem distinção de raça, sexo ou opção religiosa, mas, como no passado, o que está na lei nem sempre segue pelas mesmas vias. Vejo nesta ação afirmativa, uma forma haver crianças (novas gerações) que tenham uma outra atitude diante da diferença de melanina na pele. Trata-se de um modo de cuidar da psiquê de toda uma população.

Não é possível olhar para as questões sociais de maneira cartesiana: Está na lei e ponto! (principalmente no Brasil). É preciso que haja uma modificação na forma de pensar e vejo nessas medidas afirmativas um reforço. Não dá pra acreditar que não haja preconceitos raciais. Há! Você os vê diariamente. Fechar os olhos para isso, se referenciando em leis pátrias,  é tapar o sol com a peneira e acreditar que está tudo muito bem.

Precisamos ainda, avançar muito na forma de conceder, ou não, vagas nas universidade para quem é negro. Num país mestiço, existe um problema de aferição sobre a negritude, mas, isso é uma outra discussão que está mais para engenheiros que para antropólogos.

Que existe preconceito, existe. Podemos até dar aquela disfarçada, mas lá no fundo, existe. Então, entre leis e leis, fico com a inclusão moral-forçada, baseada nas quotas, como prova de perdão aos povos que construíram esse país e que ainda hoje, dentro de certos parâmetro, vive à margem da sociedade.

E a mulher?

Se existe o dia Internacional da Mulher e esse dia é aclamado e respeitado por todos é porque houve relevância e necessidade de discussão sobre sua inclusão. Tudo a ver com que estou falando. Parabéns às mulheres pelo espaço conseguido e parabéns aos negros pelo avanço das discussões.



5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Por hora, só tenho a dizer isso:
    Velho, que amarração do cacete!

    ResponderExcluir
  3. nao tem nem o que falar...Fodaaaa!!!massa demais, adorei!!!

    ResponderExcluir
  4. não há como dizer nem demonstrar perdão de forma eficiente. O perdão foi inventado justamente para facilitar o convívio social. E, enquanto existir patriotismo e nações, também haverá preconceito. Enquanto existir o "certo" e o "errado", também haverão preconceitos. Através das quotas, que aprendizado se entrega à próxima geração? Será mesmo um desafio vencido de uma luta infinita?

    ResponderExcluir
  5. O homem que diz tô, não tá,,,,

    Bah cumpadê, belo gancho; na cara...

    ResponderExcluir

Não me procure se não for importante