sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ler pra crer

A tão querida e lustrosa biblioteca era recriada no anúncio na estação de trem. Uma estante de trinta metros de comprimento, com cinco prateleiras e livros caindo pelas tampas. Era assim. Uma grande biblioteca feita de napa, plástico e metais. Pensei nisso como algo criativo, mas depois mudei de opinião: mais que criativo é factível.

Hoje as bibliotecas são artigo de decoração nas faculdades. Majestosas e imponentes servem apenas para alguns pequenos ratos que a consomem. Isso me faz lembrar de minha professora da biblioteca no primário. Cheia de um azedume de alma, usava um óculos fundo de garrafa e brigava com alunos sobre temas sérios, como os do tipo: "porque você está pisando no meu pé? não percebe que está pisando no meu pé?". Certa vez, esta víbora, disse que tínhamos que ler apenas com os olhos... não deveríamos mover os lábios. Eu, com sete ou oito anos, não compreendi como era possível ler sem mover os lábios. "Não era a boca que me fazia escutar o que estava lendo?", pensava.

Um em cada 10 brasileiros vai com frequência à biblioteca (dados do ministério da educação). Há de se considerar também que as mídias mudaram é claro, mas, de acordo com a mesma pesquisa, há um desinteresse do frequentador iniciante, que ao entrar na biblioteca não consegue encontrar o livro que procura. Enfim, acabei entrando numa questão aqui que não tem nada a ver... era para ser uma poesia em prosa reflexiva...

Queria aludir que as bibliotecas dos anúncios de faculdades tem mais função que a própria.

Um comentário:

  1. Escrever é uma arte (?), ler também está se tornando. Fazer o quê, né?

    Para provocá-lo e indignar aos outros 9 leitores: o problema não é a plebe, somos nós. Dizemos aos pequenos para ler "Meu pé de laranja lima" e "Dom Casmurro" ao invés de Harry Potter ou o Dan Brown...

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Não me procure se não for importante