segunda-feira, 13 de julho de 2009

Teorias e teorias

Há tempos venho me cercando de uma leitura mais voltada para os movimentos políticos sociais. O que mais vejo por aí são temas relacionadas a teoria do consumo versus a preservação ambiental. Tudo isso só faz eu crer mais que nascer no Brasil é um problema. Problema misturado com abundância. É nesse país, que muito jovem somos obrigados a fazer uma escolha: ser rico ou pobre? Porque aqui tem rico e pobre caindo pela bacia. No meio de tanta desigualdade o povo geralmente escolhe em ficar rico, mas essa é uma outra questão.

País de desigualdadade social mas com uma potência energética altíssima. O que fazer diante de tudo isso? Agora enfrentamos mais um dilema, o dilema do século eu diria: Crescemos abundantemente e aumentamos o IDH e o poder de consumo da população, ou caímos de vez para um outro modelo econômico onde beneficia o não crescimento em pról da resposnsabilidade socio-ambiental? A questão aí pode ser resumida de maneira simples: Ou nos igualamos por cima, ou por baixo. O xis dessa coisa toda é que se nos igualmos por cima, teremos que arranjar um outro planeta terra para suportar as necessidades energéticas e acúmulo do lixo. Entende a questão, fiel leitor?

Como bem disse o nosso querido Sérgio Buarque de Holanda, a nossa característica hibérica é feita de títulos de nobrezas. Vocês talvez pensem que não, mas carregamos ainda a carga cultural-histórica vinda lá dos tempos do rei. "Trabalhar só por necessidade, pois o que eu quero é ser nobre". Agora, trabalhar por uma sociedade mais justa e menos consumista, tirando inclusive os "meus" excessos, ninguém quer pensar.

Outro dia, conversando com um grande amigo, chegamos a conclusão de que o brasileiro toma por regalia o que é básico. Essa conclusão parece ser bem bobinha, mas tem um fundo social forte. O povo é tão fudido que toma por regalia o estudo do filho em uma escola particular. Não estou dizendo que ele acha isso fútil, mas quando falta o tutu, ele é obrigado a crer que estudo é regalia. Não é fácil essa decisão, mas entre e comer e estudar, comer se torna imperativo demais. Assim como algumas coisas do mundo moderno como o telefone, que não é uma regalia e sim necessidade básica. Quando falamos em socialismo (por favor leitor atento, não venha me dar os exemplos falidos da união soviética. Eu sei que o Stalin matou mais que o Hitler, não precisa me lembrar fazendo alusões ridículas a coisas que nada tem a ver com o que eu quero dizer) estamos tratando em oferecer o que é básico à população. É básico colocar o filho para estudar numa escola boa. É básico para o indivíduo fazer uma refeição adequada com sua família. É básico o acesso à internet e aos conteúdos contemporâneas desligadas do lixo comercial. É básico ter trabalho e uma moradia.

Uns dizem que temos que crescer até estourar a boca do balão, outros que temos que repensar o modelo econômico. Eu gosto mais da segunda opção. Imagine você, daqui cinquenta anos, com uma bela ferrari na porta, usando máscaras e roupas de proteção contra os raios solares, sem poder dar uma voltinha na velha caranga pois não existe combustível para por nela. Que cena em Juvenal? pegar uma praia em logo alí na paulista?

O que digo minha gente é que não cremos mais numa política civilizatória. Não é justo o cara ter dinheiro só pra comer, dormir e trabalhar. Não é justo não ter a possibilidade de fazer uma viagem para conhecer o Brasil. Isso não é humano. Não é justo eu escrever palavras fáceis no blogue porque você passou tempo demais assistindo malhação e não aprendeu verbetes novos. Bela globalização que acentua a nossa provincianidade (neologismo de província - afastado dos centros urbanos) em detrimento do bom e velho dinheiro no bolso. Quem nos educa diariamente é a publicidade e nem adianta eu dizer aqui sobre teorias keynesianas de cunho social para acabar com a falta de moradia e desemprego. Não adianta dizer que a Wall Street quebrou o mundo por causa da nossa fidelidade pelo consumo. Estamos tão bestializados pelo processo de mercantilização, que até as relações de amor reza velado com o dinheiro. Estudamos com auxílio da publicidade e, sinceramente, não temos opinião formada para muitos assuntos, a não ser que seja o Big Brother, a Fazenda da Record e o time do Cartola.

Seria bom estudar um pouco mais e fazer alguma coisa por nós mesmo, pois tá bem fácil para eles governarem sem criticidade (neologismo para senso crítico).

2 comentários:

  1. é rogerson... é um momento de angustia!

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  2. Complemento:

    É necessário erudir e tangibilizar! Adqirir o máximo de conhecimento e, em seguida, aplicá-lo em ações que possam transformar o seu entorno.
    Seria esse o princípio da Educação?

    Abração Don!

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Não me procure se não for importante