quinta-feira, 26 de março de 2009

Cansado

Quando, pai, me revelo, percebo a estranheza das minhas construções.
Lembro-me mais das convenções que da essência que carrego.
Fluo doce e silenciosamente por abismo querendo fazer e não me fazer percebido.
 
Sou hipócrita.
 
Ontem conversei com a minha alma e não tenho coragem de revelar os absurdos que descobri.
Que homem, pai, em sã conciência é capaz de supor tamanha falta de revolução intima?
 
A todos propuz novos caminhos
mas idiotamente continuei seguindo igual.
Quantos julguei... quantos magoei...
Para quantos eu sorri falsamente?
 
Que mal agoro de descoberta.
Olhar para o umbigo e ver a sujeira acumulada.
A culpa não é dele ou dela.
Não há imoralidade nos outros....
Mas no meu umbigo há.
 
Quantas vezes não foi o meu dedo indicando quantas peças cairiam..
Pai, quantas vezes tento ser perfeito. Por que? por quê insisto nisso?
Que psicologia explica a minha incapacidade em ver a vida passar?
 
Ah, quantas incertezas e choro preso.
Quanta paciência com o mundo e que falta de habilidade comigo.
Estou cansado das minhas falsas virtudes
Cansado.

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