sábado, 21 de setembro de 2013

Tirana alma insone

Tem uma brasa no peito que queimou sua camisa
Cantou destemperadamente o poeta na manhã de sábado
Fudido, quase desesperado, sem conseguir dar um passo e com medo de tudo
Cantou desesperado com se tudo pudesse se resumir em um acorde.
A canção não acordou, mas queria ainda dizer algo.
Era algo insone e balbuciante
Um suspiro que se agita enquanto correm suores e lágrimas de uma canção antiga.

Ele quis sair correndo como se pudesse fugir de seus medos de sonho
Pausou, mas cansou-se do silêncio e gritou feito louco sem poder ser ouvido
Era um pesadelo em que não se acordava.

Até que relaxou zonzo e trôpego. 
Já não doíam as marcas e as pequenas contusões do caminho
A pressão baixava e ele seguia moribundo.

queria acordar daquele acorde misterioso
Queria salvar o mundo das tempestades de enxofre
Percebeu-se sem face, sem facebook, sem contatos imediatos
Queria além da preguiça de sempre.

Queria brigar com amigos que fugiam 
Queria tudo aquilo que não tinha

Era uma alma perdida, sem sono e dormida.
Acordado via toda a sua vida passar na sua frente
Na tirana tortura do seu algoz mais cruel
Seu próprio eu gritando como o pingo que não parava de lhe bater à testa

Só queria ser verão e fugir do frio
Só precisava de duas gotas de sal daquele mar
Sorveu mais um trago etílico de vida e morreu

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