segunda-feira, 26 de março de 2012

Acendendo o escuro

Parar um pouco, pensar na vida e em todas as brisas em que ela se manifesta. É ver que existe uma certa graça na infame alegria da familia pateta. É parar pra pensar que a vida pode ser também um pouco assim pateta. Tantos sonhos e tantos planos. Tantas coisas que gostaria de fazer em tão pouco tempo. Como desafiar o véu do futuro nesta busca incessante sobre o ser de amanhã. Diante de tantos hojes, de tantos agoras, Ah como ser humano é também ser um pouco pateta. 

Na terra do Mickey tudo vai mal demais. Ah mas se vai mal. Uns por cima dos outros na gananciosa cavalgada do corceu negro.. Como cavaleiros de um possível apocalipse eles vão com suas tochas acendendo histerias por onde passam. A vontade de ser apenas mais um, nunca foi tão forte como agora me é. Me obrigo a pensar que é preciso voar e nesta intenção percebo o quanto é preciso aprender a alçar voo das brumas desse imenso negro. 

Lá fora continuam a brotar estrelas aqui e alí. Ontem conheci Criolo, rapaz bom de rima fácil e misturada. Acho que está estourando por aí em Fms malditas, mas confesso ter pensado em cada letra do clipe bem produzido. Brisa musical, quase livre, quase solta, quase que verdadeiramente encontrada na onda do violeta.. Bom de se ver, como é bom de se ver poetas nascendo num mundo já tão sem letras. No começo é só tristeza e melancolia de uma pálida lua, mas depois se arvora em verdes cores esperançosas e faceiras frases... Versos emendados e curtinhos de estrofes soluçadas que, ao meu ver, soam bem.

Não que luas não sejam inspirações para as melhores poesias, visto que hoje (pena que não estava com a minha luz menina.. luz mulher) aquela que vi, com uma estrelinha brilhante logo embaixo de sua delgada forma, cativou pirações emotivas. Saudades da nega e das sensações que só o amor é capaz de traduzir em si mesma. Metalinguística por natureza, a pureza de ser amor em pedra, flor e espinho, acaricia um cotidiano tão árido. 

Parar um pouco pra pensar que a vida é fluida e é contínua. Parar um pouco pra fazer para o tempo e bem fez o annonymos em entrar por aquelas paragens e derrubar tudo: celular, iphone, webmail, sistemas de gestão e o escambau... obrigou os seres de vida a ficarem retidos em suas retinas pensando e admirando o escuro profundo que só seus olhos são capazes de ver... parar para fechar os olhos, com bons pepinos em rodelas pra tirar as marcas e as expressões tão mal combinadas com o dia-a-dia da plebe.

Vontade que faço de falar pra todos, sem ser ouvido.. Sem um grito ou gemido.. sem o estampido de um tiro a queima roupa, queima couro soteropolitanizado por aquela senhora tão simpática... falar com amor e efusão pra quem, no mar da desesperança branda, desfila com seu maltrapilho - poído estandarte de nadas... só palavras pra ocultar que estou cheio deste vazio.. e que ele, por mais vazio que seja, enche o saco do meu liro..

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