segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma rainha sem trono

Quando pensaram nela, uma luz muito forte os iluminou. Ela era a esperança de que o futuro seria feito de paz, harmonia e fraternidade. Nasceu com sonhos grandes. Um sonho de liberdade para os povos. Sua missão era dar voz aos homens. Serviria de ponte entre as pessoas de bom senso. Nasceu para ser a rainha. Uma rainha sem majestade, sua própria antítese. Governaria os homens sem ser governante. Existiria como excelência dos seus atos, pois cada vírgula de sua moral seria discutida e analisada por todos.

Mas esse sonho, de tão belo, de tão equânime, trazia no ventre sua própria contradição. Por ser autora da liberdade fez nascer nos povos os desejos mais impuros.. mais egoístas. Suas primeiras leis foram como bálsamo, mas aos poucos, cada homem e cada mulher livre, aprendeu ferramentas para, em nome da rainha, burlar sua ideia mátria. De liberdade, tornou-se prisão. Homens mais fortes, usaram seu nome para reinar em seu lugar. A grandiosidade de suas leis foram feitas para permitir que fossem corrompidas e hoje ninguém mais entende seus verdadeiros propósitos.

Da pomba da paz, restam somente penas... Lembranças de uma história que nasceu para ser soberana e que hoje regorjita insolidez.  

Esta rainha se chama Democracia e dela restam apenas cinzas.

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