segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Preconceito Estético

Vendo um comercial de cerveja esses dias (sim sim, ando midiático. Não sei o que está havendo comigo, mas está acontecendo algo), fiquei pensando sobre o preconceito estético. O referido comercial, contraditoriamente à essência da coisa, diz que não devemos nos preocupar com o que os outros pensam ou falem de você. Não interessa se está pálido, gordinho, careca e etc... Digo contraditoriamente, pois a publicidade dita regras estéticas - "Hey, mas como você ainda não tem essa blusinha? Não fique de fora desta incrível promoção".. e por aí vai.

E como não se render as luxúrias da estética. Se o rapaz é peludo, taca o mundo a brincar com o coitado. Se é gordinho também. E não me furto destas acusações malditas. Sirva este post como angustiante confissão sobre minha porca moral.

Sei bem como é a prisão de não se encaixar nos padrões de beleza. Os malditos comentários! Imagine o caos mental gerado pela necessidade de ir contra a natureza que o gerou. A vida não seria mais tranquila se não tivéssemos que nos preocupar menos com a aparência alheia? Se não fôssemos tão reféns de nosso olhar rotineiro, acostumado a não entender a diferença?

Que dureza viu cidadão. Que dureza!

Deixamos de conversar com essa ou aquela pessoa, em função das características fenotípicas dela. De longe afastamos o diferente e não temos tempo para aprofundar um pouco mais a conversa.

Às vezes, quando não tem mais lugar para sentar, quando a sala está vazia e o silêncio é pertubante demais, a gente puxa a conversa que nunca puxaríamos e, sem querer, descobre que a pessoa diferente tem conteúdo. Humilhado, com a dignidade no rabo, o sujeito se tranca no banheiro e chora. Pior é no dia seguinte, perto da galerinha, fazendo aquela "preza" e a gente se depara com aquele que te fez companhia no dia anterior. A dúvida guilhotina: "cumprimento? não? sim? mas o que vão dizer? será? falo? não falo? assumo? não assumo? merda? fudeu! não deu tempo..." Já era irmão, a conciência foi afetada e você se perdeu nos cachos doídos da sua intimidade."

Não sou santo moralista, por isso assumo meu preconceito estético. Brigo incessantemente contra isso. A luta se aprofunda e se afunila. Quanto desperdício de universo! Quanto!

Entre tantos preconceitos, ainda existe o preconceito estético!

2 comentários:

  1. "Que ninguém culpe um homem de ser feio." [Aristóteles]

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  2. as vezes as pessoas so gostam de julgar,por que nao tem o que fazer....

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Não me procure se não for importante